A Casa Qui lançou as bases do seu trabalho de apoio à juventude LGBT vítima de violência doméstica e/ou expulsão de casa através do seu primeiro projeto cofinanciado.
Cada vez mais se tem verificado a existência de situações de violência doméstica motivadas por questões da orientação sexual e identidade ou expressão de género. Esta situação pode representar um risco para a saúde mental e inclusão de pessoas lésbicas, gays, bissexuais ou transgénero (LGBT), tendo em conta a estigmatização que lhes está associada. É também problemática a desinformação persistente em relação a estes temas, patente nos discursos de técnicos de saúde, da ação social, da juventude e da educação e que se traduz em práticas clínicas e/ou respostas organizacionais desadequadas.
Com este diagnóstico em mente a Casa Qui procurour estudar e obter informação da parte de instituições ligadas às Comissões de Proteção de Crianças e Jovens locais e de ONGs na área da violência doméstica e saúde mental, do acolhimento e/ou do apoio à vítima para diagnóstico das respostas, assim como das competências existentes nesta temática. O estudo decorreu durante os 6 meses iniciais do projeto e serviu de suporte para as ações de sensibilização, durante o segundo semestre do projeto, que incluiram também as entidades alvo do estudo. Ao implementar planos de sensibilização organizados e fundamentados científica e empiricamente, procurámos contribuir para uma melhor preparação dos técnicos de intervenção social para saberem gerir adequadamente situações de discriminação homo/bi/transfóbica e articularem os recursos necessários à correta resposta organizacional e clínica em situações de emergência social deste tipo.
Desejámos assim estudar as experiências, respostas e necessidades das entidades de proteção de crianças e jovens e de apoio à vítima de casos de emergência e violência domésticas por motivo da homofobia, bifobia e transfobia e sensibilizar profissionais nas áreas de apoio à vítima, nomeadamente de crianças e jovens, e da saúde mental para as questões da orientação sexual e identidade ou expressão de género, para que as suas instituições adaptem as suas respostas às necessidades específicas desta população.
Sendo um dos objetivos da Casa Qui prestar consultoria/serviços técnicos e acompanhamento de situações de emergência, de forma contínua, a públicos parceiros na temática da violência em crianças e jovens LGBT, este projeto permitiu consolidar conhecimento técnico e o estabelecimento de sinergias com instituições homólogas. Assim a Casa Qui e as instituições com missões similares remetem-se para um espaço de complementaridade benéfico à criação de respostas sociais positivas.
O projeto "Casa Aqui - Primeiros Passos" decorrereu entre dezembro de 2013 e dezembro de 2014 e contou com cofinanciamento do Programa EEAGrants "Cidadania Ativa", gerido pelo Fundação Calouste Gulbenkian.
Resultados do Estudo
A Casa Qui apresentou no dia 30 de julho de 2014, na Sala do Arquivo dos Paços do Concelho, com o apoio da Vereação dos Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, os resultados preliminares do Estudo "Diagnóstico de Experiências, Competências e Respostas na Intervenção Institucional com Jovens LGBT em Situação de Violência Familiar e/ou Expulsão de Casa".
A apresentação também poder ser baixada aqui em formato Power Point Presentation.
O Relatório do Estudo "Diagnóstico de Experiências, Competências e Respostas na Intervenção Institucional com Jovens LGBT em Situação de Violência Familiar e/ou Expulsão de Casa" pode ser consultado clicando na imagem em baixo:
Ações de Sensibilização
A segunda fase do projeto "Casa Aqui - Primeiros Passos" decorreu entre setembro e novembro de 2014, através de ações de sensibilização para dirigentes e técnicos da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, dirigentes e técnicos de Instituto Particulares de Solidariedade Social/Organizações Não Governamentais, na área das crianças e jovens, para técnicos autárquicos na área da juventude, educação, saúde e ação social, assim como outros profissionais nestas áreas.
19 de setembro | Comissões de Proteção de Crianças e Jovens de Tomar e de Ferreira do Zêzere
23 de setembro | Comissão de Proteção de Crianças e Jovens do Seixal
30 de setembro | Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Cascais
3 de outubro | Comissão de Proteção de Crianças e Jovens do Montijo
7 de outubro | Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Salvaterra de Magos
9 de outubro | Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Rio Maior
21 de outubro | Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Torres Vedras
24 de outubro | Comissão de Proteção de Crianças e Jovens da Lourinhã
28 de outubro | Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Setúbal
31 de outubro | Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Odivelas
4 de novembro | Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Benavente
11 de novembro | Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Alcochete
14 de novembro | Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Palmela
18 de novembro | Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Santarém
21 de novembro | Comissão de Proteção de Crianças e Jovens da Amadora
25 de novembro | Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Vila Franca de Xira
26 de novembro | Comissões de Proteção de Crianças e Jovens de Lisboa Ocidental, Norte e Centro
28 de novembro | Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco
A Casa Qui desenvolveu uma campanha de donativos para angariar os 5% remanescentes do total do custo do projeto. A meta foi alcançada. Um bem-haja a quem contribuiu!
1250€ angariados do total de 1250€
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